segunda-feira, dezembro 14, 2009

Descobri (te)

Descobri que não morreste.
Descobri que o teu corpo partiu mas estás sempre perto de mim.
E tens estado sempre, e eu cega, ou não querendo ver, só agora percebi.

Esta noite sonhei contigo.

Desde que partiste sonho muito contigo. Mas não são sonhos bons, o último bom, foi há mais de um ano, sonhei com um abraço, senti-o profundo e apertado, daqueles que trocávamos constantemente. A partir daí, os meus sonhos contigo foram sonhos maus, acordava aflita que estavas a sofrer, acordava em pânico com coisas terríveis que viajavam pelo meu subconsciente.
Hoje sei que era eu que sofria, e tu entravas nos meus sonhos numa tentativa de me avisar, com todas as tuas forças possíveis: com sonhos já que as palavras vociferadas se extinguiram quando partiste.
Hoje sei que viajas nos meus sonhos como forma de estar sempre presente.
Hoje sei que o sonho do abraço foi uma despedida, porque tu sabias que eu ia tomar um rumo diferente na vida, e, como sempre, alertavas-me mas não me proibias. O teu abraço foi um aviso. Foi um "Vai se é o que queres".

Esta noite sonhei contigo. Um sonho tão bom ou melhor que o do abraço: sonhei que estávamos os dois a rir, ouvi a tua gargalhada sincera e estridente. Aquela que eu te fazia soltar com facilidade. Aquela que tu e eu partilhámos tantas vez... Aquela gargalhada de sempre, cresci a ouvi-la. Perdi-a quando partiste mas esta noite ouvi-a outra vez. Igual. No mesmo tom. Com a mesma intensidade.

Foi aí que percebi que tu não me abandonaste, que ainda olhas por mim. Que ainda vives as minhas dores e vibras com as minhas alegrias. Como sempre.
E voltei a ter sonhos bons contigo, foi um prémio. Um prémio pelas decisões tomadas, um prémio por ter voltado ao meu "eu", por continuar a lutar pelos meus ideais, porque me senti perdida, vazia e fraca, mas voltei a mim. Voltei a encontrar-me. Voltei a ser a pessoa que tu ensinaste a ser pessoa.

Continua nos meus sonhos. Preciso de ti.

Um sorriso,

Isabel, a tua filha que te adora intemporalmente.

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